Wednesday, February 26, 2014

And the Oscar goes to...

Sou daquele tipo de pessoa que é viciada em premiações - conto os dias e torço demais por meus favoritos. Mesmo assim, nunca me interessei muito pelo Oscar - prefiro o Golden Globe. Porém, esse ano não posso perder o evento. É a primeira vez na vida que assisti a todos os filmes porque realmente me interessei por eles. Depois dessa maratona, aqui estão meus preferidos (sei que alguns não vão ganhar, mas não custa nada torcer).


Melhor Atriz

Mesmo sabendo que quem vai ganhar a categoria de Melhor Atriz é a Cate Blanchett (e fico muito feliz por isso, porque ela está incrível em “Blue Jasmine”), elejo a diva Meryl Streep como a melhor. Tudo bem que ela é perfeita sempre, mas fiquei muito impressionada com sua atuação em “Álbum de Família”. Na verdade, fiquei impressionada com o filme inteiro. Sua personagem é uma velha amarga, com câncer, desprezada pelos filhos e que o marido se suicidou. Tudo nesse longa é bem pesado, mas sem dúvida, a Meryl se destaca e muito. Minha preferida para sempre.



Melhor Ator Coadjuvante

Se o Jared Leto não ganhar Melhor Ator Coadjuvante pela Rayon de “Clube de Compras Dallas” eu perco completamente a fé no Oscar. Por quê ?? Bem, primeiro porque ele já ganhou mais de trinta prêmios por esse papel; segundo que seu personagem é um transexual com AIDS e, para interpretá-lo, foi preciso emagrecer quase vinte quilos e raspar todo o seu corpo (ele adora lembrar isso). Nunca vi tanta verdade na construção de um personagem: os trejeitos, a voz, a delicadeza... É GENIAL !! Provavelmente a melhor atuação de sua vida. Um Oscar seria mais que merecido.



Melhor Atriz Coadjuvante

Jennifer Lawrence (a favorita do Golden Globe por “Trapaça”), Lupita Nyong’o (a vencedora do SAG por “12 anos de Escravidão”) e Julia Roberts (minha  preferida em “Álbum de Família”): três atrizes maravilhosas em três filmes excelentes. Com uma atuação madura e muito consistente, a Jennifer merece dessa vez – diferente do ano passado. Lupita é a revelação do ano e impressionou pela veracidade de sua personagem, dá pena, raiva e vergonha. Julia surpreendeu num papel de uma mulher com raiva de sua vida em que tudo dá errado. Sua atuação está assustadoramente boa. Não sei quem leva esse ano. Eu ficaria feliz por qualquer uma.



Melhor Animação/Música Original

Só assisti a uma animação e simplesmente não quis assistir a nenhuma outra. Por mim o Oscar é de “Frozen” e ponto. O filme já bateu vários recordes como o de animação com maior bilheteria - superou "O Rei Leão" - e de trilha sonora mais baixada - passou de "Titanic". Ele é considerado um marco na "nova Disney". Quem já assistiu (e é difícil achar alguém que ainda não tenha visto) sabe que o longa é lindo e merece ganhar. A história de Elsa, Anna, Kristoff e Olaf já conquistou o mundo. Ah! E, é claro que quero que “Let It Go” ganhe Melhor Música Original.

  

Melhor Trilha Sonora/Efeitos Especiais/Figurino/Maquiagem

Vou agrupar rapidamente algumas categorias menores, mas muito importantes.
Pra mim, a Melhor Trilha Sonora é de “Ela” – de todas as outras, acho que é a única que se encaixa perfeitamente com o filme e cria o clima necessário para a história.
Posso ter odiado “Gravidade”, mas sei que nenhum outro longa está perto da qualidade de seus Efeitos Especiais.
O Grande Gastby” precisa levar Melhor Figurino. É incrível como as roupas criaram a atmosfera que o filme precisava. Nunca tinha visto uma combinação tão bem-feita.
Não tenho nenhuma dúvida que a Melhor Maquiagem é de “O Cavaleiro Solitário”. Só reconheci o Johnny pela voz e mesmo assim achei que ele podia está dublando. A transformação é impressionante.



Melhor Roteiro Original/Adaptado

Não consigo escolher um filme para Melhor Roteiro. Já tentei mil vezes compará-los e a decisão não saiu. Embora eu ache que “Ela” tem grandes chances de ganhar MR Original – e seria muito justo – também daria o Oscar para todos os outros indicados (“Trapaça”, “Blue Jasmine”, “Clube de Compras Dallas” e “Nebraska”), todos tem enredos muito interessantes e cada um tem uma qualidade própria que faz o prêmio ser merecido. MR Adaptado também está difícil. “Antes da Meia Noite”, “Capitão Phillips”, “Philomena”, “12 Anos de Escravidão” e “O Lobo de Wall Street” – posso dizer que todos são meus preferidos. Acho essas duas categorias as mais difíceis desse ano.



Melhor Ator/Melhor Diretor/Melhor Filme


Ok Ok, todo mundo sabe que “12 Anos de Escravidão” é o preferido para Melhor Filme, que o Matthew McConaughey é o mais cotado para Melhor Ator e que o Afonso Cuarón deve ganhar Melhor Diretor. Porém, na minha humilde opinião, os três prêmios vão para um só filme: “O Lobo de Wall Street”. Sério, esse é, provavelmente, o melhor filme do Scorsese e a melhor atuação do Leonardo DiCaprio. Incríveis. Geniais. É um filme agressivo, extravagante, caricato e até meio doente; são três horas de adrenalina acompanhando a vida cheia de exageros do golpista Jordan Belfort. E, é claro que, para o longa ser tão magnífico, era preciso de uma atuação a altura de DiCaprio. E ele conseguiu !! Nosso querido Leo está entregue a pele de um maníaco, viciado em drogas, sexo e, principalmente, dinheiro. Pra mim já é o melhor filme do ano.

#deemumoscarprodicaprio

Saturday, February 15, 2014

Some people pray. I turn on the radio...

Estive sem inspiração nos últimos tempos e não sabia sobre o que escrever. Então pensei: o que me dá inspiração ?? E a primeira coisa que veio a minha mente foi uma palavra muito simples: música.
Esse post é uma playlist pra vocês conhecerem melhor a pessoa com quem vos fala (porque me expresso completamente através das músicas que escuto).



Aerosmith, Bon Jovi e Beatles são bandas lendárias (sim, coloco os três no mesmo patamar) e, sem dúvida, o que elas tem de melhor são seus vocalistas – eles são a alma das músicas. Essas bandas são as que provavelmente tem mais músicas no meu iPod. Não importa o momento que estou passando, elas são como uma trilha sonora - pelo simples fato de falarem de tudo: tem aquelas músicas que você coloca no máximo e canta junto, mas também tem aquelas músicas que você coloca pra tocar e fica em posição fetal chorando. São três bandas, três clássicos, para todas as horas.



Quando estou num clima mais zen, só escuto Bob Marley, Coldplay, Nando Reis e Beirut. Tudo bem que Coldplay é super animado, mas é exatamente por isso que gosto deles – suas músicas levantam o astral e te fazem pensar que tudo pode dar certo, até quando tudo parece errado. Agora, Nando Reis e Bob Marley é para acalmar mesmo: os ritmos, as letras, as vozes... Tudo. Se quero dormir, escrever ou quando estou muito estressada, são esses artistas que quero ouvir. Ah, quem não conhece Beirut deve conhecer !! É uma banda diferente, com um som meio folk e, pra mim, a voz do vocalista é a mais gostosa que já ouvi na vida. Além disso, ainda tem uma mistura de instrumentos bem interessante. Procurem !!



Charlie Brown Jr. e Cazuza tocam quando sinto que tudo está errado, quando me sinto revoltada e quero desabafar. As letras falam de tudo aquilo que está preso em nossas gargantas e queremos gritar para o mundo o que pensamos e queremos: todas as injustiças, todos os amores, todas as decepções... Não preciso me prolongar muito porque tenho certeza que todos entendem do que estou falando.



Acho que todos deveriam conhecer a trilha sonora de “Rock of Ages”. Pra mim é uma das melhores trilhas da história (sem exagero). Pra quem não conhece, “Rock of Ages” é uma peça da Broadway que virou filme e seu enredo gira em torno de dois jovens do final da década de 80 que sonham com a fama. Não digo para procurarem as versões do filme ou da peça, e sim as músicas originais. A trilha sonora tem, simplesmente, Guns n’ Roses, The Poison, Foreigner, Joan Jett, Extreme, Bon Jovi, Whitesnake e Journey. Pouca coisa né ?! São todos imortais.


É a partir daqui que eu costumo desapontar as pessoas, mas isso não me importa nem um pouco. :P



Quando quero ouvir músicas agitadas, divertidas ou que não irão me acrescentar nada, eu adoro colocar artistas como a Miley Cyrus e o Emblem3 pra tocar. De verdade, amo as batidas, as letras engraçadas, as besteiras... Adoro !! Todos criticam essa “nova Miley”, mas realmente acho que ela cresceu muito nesse novo CD. As pessoas que conheceram o E3 no X Factor em 2012 viram como os três integrantes são animados e esse é o espírito do álbum deles. É perfeito pra colocar no máximo e ficar dançando sozinha no quarto (sempre faço isso).



Ele merece um espaço sozinho. Macklemore. Provavelmente, vocês só conhecem “Thrift Shop” que toca na rádio, mas deveriam procurar outras músicas, aquelas que ele mesmo escreveu – elas falam sobre preconceito, amor, desigualdade, dinheiro, sonhos... As letras são geniais e o som é muito animado porque DJ, e produtor, Ryan Lewis faz uma mistura bem diferente entre hip hop, pop e outros ritmos. Eu, particularmente, casaria com o Macklemore sem nenhum problema (piada interna para quem me conhece).



Por último, mas não menos importante (muito pelo contrário) queria focar nas minhas duas bandas preferidas que são quase um estilo de vida pra mim. Duas bandas bem diferentes uma da outra: Nirvana e 30 Seconds to Mars. Elas são as únicas que eu escuto em qualquer momento – quando estou triste, elas me alegram; quando estou feliz elas me fazem ficar muito melhor. Eu sinto cada música, cada palavra, cada batida na bateria, cada som da guitarra. TUDO. Eu as sinto de tal forma, que são mais que uma terapia. Além disso, ainda tem o respeito que eu sinto por cada membro que as integram. ESSAS bandas fazem diferença em meu modo de ser e ver o mundo. Elas são ímpares e eternas. 


Doido né ?! Se pegarem minha lista de músicas vão ver outras coisas bem diferentes. Talvez um dia ainda fale mais sobre isso...

Thursday, February 6, 2014

Meus companheiros degenerados...

Duas coisas que aconteceram nos últimos sete dias me fizeram escrever esse post. A primeira foi o tão comentado – e adorado – “beijo gay” no último capítulo da novela “Amor à Vida”. A outra foi um caso que ocorreu com o ator Jared Leto durante um festival em Los Angeles: ele foi acusado por uma mulher de transmisoginia (aversão a transexuais) por conta de sua participação no filme “Dallas Buyers Club” – ele interpreta um travesti HIV positivo. O argumento que a mulher usou foi que ele “não deveria receber prêmios por fazer um transsexual porque é homem.”


Não sei vocês, alguns podem até achar meio preconceituoso, mas eu tenho um respeito enorme por atores que interpretam homossexuais no cinema/teatro/televisão. Pelo simples fato que é muito difícil. Durante décadas  usaram um “modelo gay” falso e caricato, fazendo piadas e ridicularizando-os, então, os atores que fogem desse modelo e conseguem passar uma imagem real merecem respeito.

Às vezes fico pensando que interpretar um pesonagem gay deve ser mais difícil que um personagem com uma doença terminal, por exemplo. Eu consigo imaginar todos os sentimentos que teria se recebesse a notícia que vou morrer. Mas não consigo me imaginar amando alguém do mesmo sexo que eu, pelo simples fato que não sinto atração. Então para um ator criar esse sentimento, essa atração, deve ser mais complicado.

Além disso, ainda tem toda a questão do preconceito. As pessoas AINDA tem preconceito. Já ouvi várias pessoas falando que não gostavam de determinado ator só porque ele já interpretou um gay no cinema, fez cenas de beijo ou sexo… Fico impressionada com a ignorância de certos alguéns.

Com base nisso tudo, resolvi fazer uma lista com alguns filmes que seus personagens mais marcantes são homossexuais. Filmes incríveis com atores geniais.


Pra começar, gostaria de comentar “Milk – A Voz da Igualdade”. Sean Penn surpreendeu a todos ao interpretar – e muito bem – Harvey Milk, o primeiro gay assumido a ser eleito a um cargo político nos EUA e a lutar por seus direitos. Esse não é daqueles filmes que você chora e se emociona por conta de um final triste, você se emociona pela luta e pela verdade que a história passa, além de ficar indignado pelas atrocidades que eram ditas num passado não tão distante (e infelizmente ainda são ditas hoje) sobre os homossexuais. 



“O Segredo de Brokeback Mountain” é um filme que gerou muita polêmica. Talvez por suas cenas fortes de sexo – tanto homo, como hétero – ou talvez por pegar dois atores que eram considerados “galãs” e colocá-los como homossexuais – fãs ficaram indignadas (aff). A história é sobre as vidas conturbadas de dois cowboys que se apaixonam, porém não se aceitam completamente. Eu sempre assisti a esse filme como um romance qualquer, mas muitos não gostaram por achar que só se trata de um filme de sexo gay. Vocês podem assistir e tirar suas próprias conclusões. Vale lembrar que os dois atores – Jake Gyllenhaal e Heath Ledger – foram indicados ao Oscar por suas atuações.



Como não falar do Daniel Oliveira em “Cazuza – O Tempo Não Para” ?? Eu lembro que quando quis assistir a esse filme na época do lançamento uma senhora me falou: “não pode, tem coisa errada” (ou algo desse tipo). Anos depois fui entender o que era essa “coisa errada” e que não tinha nada de errado. O filme é intenso, real e bonito. Fico impressionada até hoje como o Daniel Oliveira estava parecido com o Cazuza, tanto na aparência, quanto nos trejeitos (pelo menos das entrevistas que assisti).



Confesso que fui assistir “Behind The Candelabra” por causa do Matt Damon, mas quem realmente me surpreendeu foi o Michael Douglas. A história gira em torno do romance doentio entre o famoso pianista Liberace e seu amante muitos anos mais novo. O filme recebeu vários prêmios, incluindo o de melhor ator para Douglas (e super merecido). Sempre tive um pequeno preconceito com ele por fazer papéis de galã ou parecer meio metido... o que eu sei é que sua atuação calou a minha boca. Pra entenderem o que estou falando vocês precisam assistir (passa sempre na HBO).



Voltando ao primeiro filme do post, só se fala em uma coisa quando o assunto é o filme “Dallas Buyers Club”: as atuações de Jared Leto e Matthew McConaughey. Essa é uma história real sobre um grupo de pessoas HIV positivo que tentam achar alguma forma de sobreviver ao vírus. McConaughey interpreta Ron, um homem extremamente homofóbico que começa a contrabandear remédios proibidos nos EUA que ajudam a diminuir os sintomas. Leto é Rayon, um travesti que, além de ter AIDS, é viciado em drogas. No desenrolar da história eles viram sócios e até amigos. O filme tem seis indicações ao Oscar esse ano e estou torcendo por quase todas, principalmente as de Melhores Atores. Matthew finalmente provou que não é ator de comédia romântica e o Jared está tão delicado, tão espontâneo... de verdade, eles merecem todos os prêmios possíveis. A história é emocionante e, de todos, esse é o filme que mais recomendo.

BÔNUS:



Gente, sou suspeita pra falar porque sou fã do Mateus Solano há uns oito anos e do Thiago Fragoso então... desde sempre. Mas esse foi o meu casal preferido da vida. Nunca torci tanto por um beijo, nunca fiquei tão feliz em uma novela. Acho que é do consenso de todos que a melhor coisa de “Amor à Vida” foi o romance do Félix e do Niko, eles conquistaram todo mundo – inclusive os homofóbicos – e isso foi o mais interessante. Ouvi muita gente falando: “eu não gostava de gays até ver o Félix.” Ele abriu os olhos de muita gente, principalmente do brasileiro que é um povo cheio de preconceitos.


A frase do título é o início de um discurso de Harvey Milk.