“CAZUZA – PRO DIA NASCER FELIZ, O MUSICAL”
Foi nessa peça que eu percebi que,
como jornalista, não podia ficar sem um bloco e uma caneta na minha bolsa.
Queria anotar cada sensação que ela me transmitia, cada sentimento.
Com um início meio lento e apelativo
ao lado sexual – talvez até de propósito para chocar e dar uma visão realista
da vida de Cazuza – o musical surpreende com o desenvolvimento. Tanto que, no
intervalo da peça, tive que começar a escrever tudo que me vinha a cabeça.
A peça é extrema, assim como a vida
do poeta. O diretor e os atores não poupam em nada: vemos suas relações
homossexuais, suas bebedeiras, suas brainstorms... Tudo isso embalado por
incríveis sucessos de um gênio (eu ia colocar a lista das músicas, mas achei melhor deixar a curiosidade).
Talvez algumas versões das músicas
tenham me irritado um pouco pelo fato de estar tão acostumada com as originais.
Porém, todas são usadas em momentos estratégicos e muito bem pensados.
O final do primeiro ato é
emocionante. Conseguiu arrancar lágrima de meus olhos – como se isso fosse
difícil – principalmente pela verdade que os atores passam.
Mas, se o primeiro ato teve alguma
coisa que não me agradou, o segundo ato foi perfeito. Tenho que admitir que não
consegui prestar tanta atenção a segunda parte da peça porque estava chorando demais
– não só pela emoção das cenas, como por motivos pessoais.
A peça é absurdamente boa. Porém,
acima de tudo, o que mais chama a atenção são os atores. A Susana Ribeiro – que
interpreta a mãe do Cazuza, Lucinha Araújo – nos comove a cada cena; o amor de
mãe e filho é retratado de uma forma pura e verdadeira. Agora, E O CAZUZA ?!?!
O que é o Emílio Dantas ?!?! Se fecharmos os olhos, ouvimos o próprio Cazuza...
E a atuação dele é genial !! O que mais me choca é que já ouvi o Emílio
cantando Renato Russo e Queen. É incrível como ele consegue adaptar a sua voz
para cada personagem.
“Cazuza – pro dia nascer feliz, o
musical” é uma homenagem completa. Linda, emocionante e verdadeira. É aquele
tipo de peça que você pode assistir várias vezes até cansar. Não falta nada.
Ficha
técnica:
Texto de
Aloisio de Abreu
Direção
Geral: João Fonseca
Elenco:
Emílio Dantas (Cazuza), Susana Ribeiro (Lucinha Araújo), Marcelo Várzea (João
Araújo), André Dias (Ezequiel Neves), Fabiano Medeiros (Ney Matogrosso), Yasmin
Gomlevsky (Bebel Gilberto), Thiago Machado (Frejat), Bruno Fraga (Maurício
Barros), Bruno Narchi (Serginho), Bruno Sigrist (Guto Goffi), Saulo Segreto,
(Dé Palmeira), Dezo Mota (Caetano Veloso), Juliane Bodini (Swing feminino),
Oscar Fabião (Swing masculino), Osmar Silveira (sub Cazuza e Swing masculino) e
Sheila Matos (sub Lucinha e Swing feminino).
Classificação:
14 anos
Duração:
150 min
Temporada no Theatro NET RIO
Quintas e sextas às 21h; sábado
às 18h e 21h30; domingo às 20h
Platéia e
frisas: R$ 150 | Balcão: R$ 100


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